29.10.06

Sentir... sentir... sentir... sentir... sentir...

"the way i feel about you is beyond words" - tuxedomoon

margarida

28.10.06

Falhei por sentir


Não tenho liberdade porque não quero existir sozinha. Não me assusta…
Como posso desejar que queiras a mesma liberdade que eu?
Estás num andarilho mais alto… e eu sei… e tão perto… e eu sei que não toquei...
Podias despertar com os meus olhos.
Sentir não foi suficiente…
Se outro-alguém-tu não sente, os meus passos perdem a conquista.
Talvez se tivesse um pouco mais de brilho pudesse alterar alguma coisa.
Já alguém lançou o feitiço antes de mim.
Fica sempre tanto por dizer. Queria ouvir-te mais.
...
Sinto a falta de alguém que teve uma subtil pegada em mim.
Como pude ser tão desajeitada e não conseguir tocar-te?
Passei de raspão transparente… e estatelei-me…

margarida

27.10.06

Fragância

Wild nights! Wild nights!
Were I with thee,
Wild nights should be
Our luxury!

emily dickinson

só uma coisa me atormenta... que nunca nos tivéssemos cruzado...
i wish you could feel...

margarida

26.10.06

Perco a força das palavras


Fechei os meus olhos e tentei voar… As asas que preciso são diferentes.
Terei alguma chance? Dás-me umazinha real?
Ando à procura da coragem para te olhar nos olhos.
Receio que te acaricie sem quereres.
Sei que é isso que vai acontecer.
Ando à procura da chave. Terei escolha?
Farei melhor em ficar em silêncio? Não é o que eu sinto.
Virás à minha procura? Queria correr e estou presa.
Não queria que o que sinto terminasse em mim. É belo demais…
Tenho medo de aumentar ainda mais o intervalo.
Preciso do teu sorriso.
Não precisas de mim… já voas.

margarida

25.10.06


Acordada sonho que me procuras...

margarida

feelings are intense (depeche mode)


Se o meu silêncio não te diz nada... as palavras não têm sentido...

margarida

Quero sempre o mais difícil.
Não sentes nada.
Quero enaltecer este segundo.
O que pode mudar?
Encontrei-te e perdi-me.
Não me dás a mão.
Queria ser outra sendo eu.

No caminho encontrei o que sou.
Não sou ela. Sou eu.
Tenho a tua imagem dentro de mim.
Sou nós. Mesmo que não te apercebas.
Sou mais colorida.


margarida

24.10.06

Um pouco de mim


Dei-te um pouco de mim arriscando o meu chão.
É de noite. Estou na minha janela e acendo um cigarro.
Vejo claramente os contornos da tua sensibilidade.
Estou serena. Não sinto frio.
Sou transportada para um sonho que eu não conheço ou que não quero acreditar.
À noite tento esvaziar-me de ti.
Apago o cigarro.
Não estou sozinha. Tenho estrelas que são testemunhas da tua sombra.
Um pouco de mim neste momento sublime.
Sorrio cúmplice da noite.

Voltas a acordar-me. Já estou completa de ti.
A estranheza de ter sido tudo um sonho…
O desejo de querer tocar-te e perpetuar um pouco de ti.

margarida

No canto do olho




Memorizo-te através do canto do olho.
Guardo a tua dança numa caixa mágica de pirilampos.
Há sempre um recanto que faz sorrir o meu corpo.
Olho-te de esguelha com medo que percebas…
Sabes? Há olhares que beijam sem permissão.
Num canto…
Ondulo envergonhada de vida se me viste a ver-te.
O olhar denunciou a admiração. Simples.
Contemplo-te sem nunca imaginares, pois no canto do olho quis-te num silêncio que quebrei.
Uma lágrima corre-me a face. Apareceu no canto do olho em que te vi.
Entraste...
Estalou um pouco de mim…
Seduzes

margarida

23.10.06


Close your eyes and try to fly

depeche mode

espalhem a notícia

Espalhem a notícia do mistério da delícia desse ventre
Espalhem a notícia do que é quente e se parece com o que é firme e com o que é vago
esse ventre que eu afago que eu bebia de um só trago se pudesse
Divulguem o encanto o ventre de que canto que hoje toco a pele onde à tardinha desemboco
tão cansado
esse ventre vagabundo que foi rente e foi fecundo que eu bebia até ao fundo saciado
Eu fui ao fim do mundo eu vou ao fundo de mim vou ao fundo do mar no corpo de uma mulher

A terra tremeu ontem não mais do que anteontem pressenti-o
O ventre de que falo como um rio transbordou e o tremor que anunciava
era fogo e era lava era a terra que abalava no que sou
Depois de entre os escombros ergueram-se dois ombros num murmúrio
e o sol, como é costume, foi um augúrio de bonança
sãos e salvos, felizmente e como o riso vem ao ventre
assim veio de repente uma criança
Eu fui ao fim do mundo eu vou ao fundo de mim vou ao fundo do mar no corpo de uma mulher
Falei-vos desse ventre quem quiser que acrescente da sua lavra
que a bom entendedor meia palavra basta, é só adivinhar o que há mais
os segredos dos locais que no fundo são iguais em todos nós
Eu fui ao fim do mundo eu vou ao fundo do mim
vou ao fundo do mar no corpo de uma mulher
bonita

letra - sérgio godinho

Deixa-me entrar no teu mistério...

A viagem começa.
Abrimos os olhos para ver o mundo.
Como alguém-humano sentimos que queremos ver outra coisa para além do que nos é dado. Será real? Quererei o que me é dado?
Quero partir os fingimentos. Esse alguém que passa ao lado indiferente.
A viagem...
Partimos as grades interiores. Ninguém deve julgar a intensidade do nosso olhar. Como é que eu te encontro? Conseguirei desenhar-te? Terei sido uma quimera? Uma quimera eu sou.
O meu coração é inconstante como uma babilónia de sensações. Serei apenas um afecto nessa cornucópia?
O amor que sinto em mim é uma flecha de quatro luas.
Não sei quem sou.
Não tenho limites que me definam.
Sou outra face da lua quando estás por perto. Sou o teu reflexo. Beijas-me tão perto e estás tão longe.
A viagem continua.
Sinto um toque nunca antes sentido.
No silêncio secreto eu sussurro-te… Estou perdida em ti.
Se num instante de loucura te disser…
Quererás tingir a pegada do sol e da lua?
(silêncio da tela)

margarida

as cores desta casa


Mais um ano que passa.
Dias em que demos as mãos.
Mais um ano que marca a diferença para todos, ou quase todos.
Mais um ano a lutar por um mundo mais justo.
A luta marca quase todos.
A diferença começa cá dentro.
Um dia desabafei com alguns “é preciso ter a coragem de olhar o outro nos olhos”.
Só assim faz sentido... neste lugar ou noutro que ainda tenha muros.

Há desencontros que se repetem. Mas há pegadas que permanecem.

Mais um ano que vem. Mais um ano em que a luta cá dentro continua.
Mais dias em que damos as mãos para esticar o sol e para saltar os muros.

margarida