10.12.06

instante crucial

A magia de nos encontrarmos num determinado momento, num determinado espaço podia ser mão do destino. Se o destino olhasse ironicamente e proporcionasse um encontro, dizer-te-ia que tinha sido um doce acaso. Quem ama, não tem medo de perder? Saber que não depende só de nós para querer só reparar um pouco mais… é inevitável não sentir medo… medo que por um acaso não aconteça essa magia. Um instante que pode ter escapado e estar na iminência de não voltar a acontecer. Sempre houve pessoas à espera de chegar ao transporte certo, de seguir pelo caminho vedado mais bonito. Andamos sempre à procura desse segundo. Encontrar alguém que seja o nosso prolongamento. Se puderes olhar vê, se puderes ver repara nesse instante. Quero ter tempo para te descobrir. Quero continuar a acordar contigo. O teu olhar é a nossa menor distância…

margarida

9.12.06

song for a blue heart
















Water on my lips, sweet fingers open my eyes, my heavy eyes
We smile like it was the last smile on earth, the smile of a blue heart, blue skin, blue songs.
Iknow, the colour is blue, maybe too much blue, I know
Make me scream I scream for you
Make me fly; I'm flying with you
Make me cry I cry for you
Water is Blue, water is blue, water is…
Never found a girl from another world
Never touch the floor with another one
Never breathe that air from another one
Never felt those eyes playing with my soul
Blue to be breath, blue to believe,
Blue to be felt by you, blue to be touched by you
Someday, somehow somewhere

make me love i do

someday, somehow, somewhere...

the gift

7.12.06

ponte enternecida


Um olhar no horizonte que não vê.
Um olhar de criança preso nos caracóis dessa fotografia.
Intersectada, mais perto da surpresa da lamparina.
A cor provada de um vinho. Um imprevisto ensaiado.
Uma farpa sem intenção. Dividida por querer partir sem consciência.
Respiro ofuscada para que vejas a saudade lá no fundo.
Agarrando o que foi inscrito para fazer desaparecer em mim.
A incorporação é fugaz como a passagem nos teus momentos.
Sigo os teus contornos escondidos a deslizar.
Entre-tempos pisamos o mesmo espaço.
O espaço das contradições. Dois pores-do-sol que não se fintam.
No horizonte, uma ponte enternecida sem lugar.
Pegadas fugidias que se confundem.
Um trajecto recortado numa linha imaginária.
Sou um fantoche que desenha esboços de desejos.
Um coração de elástico que se prolonga sem fim.
À espera de uma nova respiração que demora num tempo parado.
A separação efémera é uma lágrima doce.
A espera entorpecida do teu frenesim sem fala.
Esboço-te diferente desta margem, és um outro eu igual que sente e que esqueceu.

margarida