1.2.07

Um dia em que nevava da minha janela.
Um dia em que o astro-rei pintava o teu rosto.
Um dia em que o silêncio tinha palavras.
Hoje ouço a distância.
Perdura uma memória desse lugar.
Um dia em que pintei preto no branco.
O medo não te impediu de ver.
Não te reconheço no desencontro.
Que palavras sonhas agora?
Para sempre teve um tempo demasiado longe.
Hoje neva dentro de mim.
O frio aquece retalhando-me.
Um dia entreguei-te o meu coração.
Hoje escondeste-o com vergonha.

margarida