4.1.07

Perdi-te por entre os dedos. As palavras foram mudas. O que nos move? Quis-te no aconchego do tempo. O cruzamento admirado. Tenho as mãos cheias de nada. Não me encaixo em mentiras vendidas. Rejeito as grades que nos findaram. Numa linha de água encurralada, voei, deslizei… O olhar sussurra estático por me teres deixado escapar. Engoli um vazio que se mascara. Cada vez que sinto, engrandeço-me. Há dias de encanto. Cada vez que sinto, esvazio um pouco mais. Não é que abomine tudo, mas é sempre tão pouco. Há dias que simplesmente não acreditas… Preciso de suspirar por dentro. Um corpo estilhaçado que reflecte no que é visto.
Queria aceitar o intervalo. A plenitude não dura o tempo ideal. Não te perdi. A ilusão de que me pertencias acordou.
margarida